quinta-feira, 23 de junho de 2011

Cultura e política nos anos críticos

Resenhista Eliana Vilanova Prates dos Santos


Na década de XX, durante a Primeira Guerra Mundial, ocorreram várias mudanças na Europa. Foram tempos de muitos gastos com armamentos e munições, acarretando um rápido crescimento da indústria bélica, a qual detinha o poder de influenciar os políticos que governavam os estados.
Quando a guerra estourou, os motivos patrióticos defendidos nos discursos ainda tinham certo poder e impressionavam a população. Com o final da Primeira Guerra Mundial e a sob a influência da imprensa, cresceu a suspeita dos europeus de que por trás da guerra havia interesses capitalistas. Tal opinião foi difundida e estimulada pelos simpatizantes do socialismo.
Em decorrência disto espalha-se pela Europa um partido político de extrema direita, representado na Alemanha por Adolf Hitler e na Itália por Benito Mussolini. Entre suas características estão o centralismo de poder e violência. Seus programas políticos possuíam elementos antiliberais; provenientes da experiência do socialismo e do comunismo, adaptados a uma perspectiva de direita; e elementos de um tipo de nacionalismo agressivo que se fortaleceu durante a guerra.
Por esses acontecimentos, iniciam-se os confrontos de idéias entre os partidos de esquerda e direita, sendo limitado o espaço intermediário ocupado pelos liberais. As iniciativas políticas das organizações social-democrata, trabalhistas e socialistas tiveram resultados muito limitados, devido ao fracasso do governo trabalhista da Grã-Bretanha e na derrota do governo da frente popular antifascista na França.
Num primeiro momento este conflito de idéias e a vontade de expandir seus territórios poderiam levar a uma nova guerra, tendo como líder a Alemanha de Hitler e do outro lado a União Soviética de Stalin, mas de início não foi isso que aconteceu, pois Stalin tentou fazer alianças com líderes políticos da França e Inglaterra sem sucesso.
Em 1939, Stalin fez um pacto com Hitler, que ajudou a URSS a alcançar seu desenvolvimento industrial. As tropas de Hitler já haviam anexado a Áustria e ocupado a Tchecoslováquia, sem haver intervenção da Inglaterra ou França, o que não ocorreu com a invasão da Polônia, pois entre eles havia um pacto, que os levou a entrar na guerra.
Em 1941, Hitler invadiu a União Soviética, fazendo com que Stalin firmasse novas alianças com forças menos conservadoras. A Segunda Guerra Mundial ficou dividida; de um lado Alemanha, Japão e Itália e de outro Inglaterra, França, URSS e EUA; esse último somente entrou na guerra, pois tinha acordos comerciais com a Inglaterra e França.
Em meio à guerra que eclodia no mundo, a cultura dos EUA era absorvida pelos países Europeus. A maioria dos filmes de Hollywood eram exibidos nos cinemas ingleses. Atores e atrizes americanos eram cultuados com fervor. O cinema mudo alcançou seu momento mais sublime a partir de 1928, o qual foi substituído pelo filme falado que tinha melhor tecnologia em som e imagem. O cinema explorava diversos gêneros desde a comédia de Charles Chaplin a superproduções como “Dez mandamentos” e “E o vento levou”.
Na área tecnológica a criação do rádio foi instrumento importante para transmitir notícias sobre o confronto dos soldados, além de músicas de cantoras como Marlene Dietrich e Edith Piaf, que traziam em suas melodias incentivos aos soldados.
A ciência alimentava nos povos dos dois lados do Atlântico a esperança de um mundo melhor. Com auxílio dela foram criados novos medicamentos como a penicilina muito usada no tratamento dos doentes durante a Segunda Guerra Mundial, além da insulina e morfina que traziam alívio as dores humanas.
Os anos 20 e 30 eram chamados “anos loucos”. Isso se deve a incerteza no futuro após duas guerras mundiais. Estas inquietudes se refletiam na literatura, que descrevia o sentimento de medo entre as pessoas pela chegada da guerra. Já na música cantores de jazz com King Oliver e Louis Armstrong expressavam a estranheza da nova época. Outros exemplos podiam ser lembrados como na medicina, artes, física e filosofia. Nestes fatos recordados nem tudo eram “anos loucos”.

KONDER, Leandro. Cultura e política nos anos críticos, in REIS FILHO, D. A; FERREIRA, j. e ZENHA, C. O Século XX - O Tempo das Crises: Revoluções, fascismos e guerras. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.


Imagens das décadas de 20 e 30




No cinema: O filme Tempos Modernos

Série de TV: O Gordo e o Magro

Na Moda: A revolução feminina de Coco Chanel

Na Música: O ritmo do Jazz de Louis Armstrong


As Cantoras Marlene Dietrich e Edith Piaf cujas canções eram ouvidas pelos soldados da 2ª Guerra Mundial.

Comemoração do Fim da Segunda Guerra Mundial em Nova York.

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