quinta-feira, 2 de junho de 2011

O Grande Ditador




Resenhista: Juliana Maria Manfio






O filme lançado em 1940 (antes de os Estados Unidos entrarem na 2º Guerra Mundial) foi dirigido por Charles Chaplin, sendo o seu primeiro longa-metragem falado. De forma crítica e humorística, retrata o período entre guerras: final da 1º Guerra Mundial, e o que período que se estende até o início da 2º Guerra Mundial, apresentando personagens e cidades fictícias como Adenóide Hynkel (Hitler), Benzino Napaloni (Mussolini) e Tomânia (Alemanha). Charles Chaplin ainda representa os dois principais personagens do filme, o atrapalhado barbeiro judeu e Hynkel.
O filme inicia-se com os combates na 1º Guerra Mundial, em 1918, ano do final da Guerra. Nas primeias cenas, podemos perceber como se desenrolou a guerra, com o uso de alta teconologia de armamentos, como canhões, aviões e armas; e a presença de trincheiras (assim também chamada a Grande Guerra) devido a necessidade de não poder avançar contra o inimigo, pois causariam mais mortes entre o exército.
Outro elemento interessante é a presença dos meios de comunicação, os jornais e rádios, como forma de anunciar as fatos que ocorriam para a população, como a crise mundial do capitalismo, os tumultos sociais, os discursos dos governadores, entre outros. Com o fim da Primeira Guerra Mundial, temos Tomânia, a fictícia Alemanha, como um dos países vencidos na guerra. A partir isso, vemos crescer a figura de Hynkel, personagem fictício representando Hitler, que com o desejo de vingar-se contra os vencedores da Grande Guerra, passa a preparar a Tomânia para dominar o mundo.
Uma das cenas que demonstra o sonho de Hynkel de dominar o mundo e que impulsiona para a 2º Grande Guerra é quando o mesmo brinca em seu escritório com um balão, representando o globo terreste. Por alguns instantes fica a brincar com o globo até que ele estoure em suas mãos. Essa cena passa a idéia que Hitler tinha em “ter o mundo em suas mãos” com sua política nazista. Porém, o balão estoura, representando uma idéia mais futura de que, Hitler não teria o mundo em suas mãos. A própria explosão do balão remete a um “acorde para a realidade Hitler, você não dominará o mundo”.
Apesar da figura fictícia de Hynkel, a semelhança com Hitler é sensacional. O figurino, os gestos, os discursos vibrantes são indícios que caracterizam ainda mais o ditador alemão. A própria política nazista, de perseguição e violência contra os judeus, para formar uma raça única e pura, a ariana, demonstrada com os seguidos ataques a uma vila de judeus; o combate aos grevistas, pois não aceitavam greves; as experiências com o uso de cobaias vivas; e o uso de mulheres na espionagem, foram elementos apresentados pelo filme. O longa-metragem ainda apresenta os acordos feitos entre Adenóide Hynkel (Hitler) e Benzino Napaloni (Mussolini).
É importante ressaltar a semelhança entre os dois principais personagens do longa-metragem: o barbeiro judeu e Hynkel. Os dois foram confundidos e trocaram de lugares: Hynkel foi preso e o barbeiro ocupou o lugar do general. Com a possibilidade de um dircurso, o barbeiro judeu muda o rumo do mundo, trazendo a população mundial a paz, evitando a 2º Guerra Mundial. E eu acredito, que foi essa a tentativa de Chaplin no período: evitar a matança em massa, e deixar o povo viver em paz, mas isso, como sabemos, não foi o que aconteceu, pois Hitler, na verdade, não foi confundido com outra pessoa. “O Grande Ditador” é uma comédia crítica, que levou Chaplin a ser expulso dos Estados Unidos, por querer apresentar uma solução de paz entre as nações.




Abaixo, o link do discurso do barbeiro judeu, fazendo se passar por Hynkel:


Nenhum comentário:

Postar um comentário